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O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), do município de São Luís foi denunciado por maus-tratos. A denúncia foi feita pela Organização Não Governamental (ONG) Bicho Feliz em parceira com a Rede de Defesa Animal (RADAR) que atua em todo o Brasil. A Bicho Feliz registrou por meio de imagens as atrocidades a que os animais eram submetidos.

"Tomei conhecimento do que acontecia no CCZ [maus-tratos] por meio de denuncias, mas como já fui coordenadora desse centro já sabia que os animais não eram tratados de forma correta por lá. Quando fui coordenadora tentei implantar um trabalho humanizado junto aos animais, mas não me foi permitido", desabafa a presidente da ONG Bicho Feliz, Diana Rosalina Serra de Almeida. Ela diz ainda que "os maus-tratos se estenderia, também, a jumentos".

As imagens já estão de posse da Delegacia Especial do Meio Ambiente. "Foi designada uma equipe para ir ao local fazer as primeiras averiguações, isso inclui a perícia. Vamos verificar também a questão da insalubridade tanto para os animais quanto para as pessoas que trabalham no local. Queremos saber se essa eutanásia é feita obedecendo aquilo que estabelecem os padrões", observa a delegada responsável por acompanhar o caso, Irla Maria Silva Lima.

Em presença da situação em que foram encontrados os animais no Centro de Controle de Zoonoses, a ONG cobra na denuncia enviada a Delegacia Especial do Meio Ambiente, a interdição do local, a responsabilização da Prefeitura de São Luís, do Conselho Regional de Medicina Veterinária e do coordenador e de veterinários que trabalham no CCZ.

Diante da atribuição das responsabilidades do acontecido o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Osvaldo Serra, disse que "é um absurdo. O CRMV não tem ingerência sobre o CCZ. Isso é responsabilidade da prefeitura". Ele que "o conselho é responsável por fiscalizar o exercício legal da profissão. Nesses casos a gente trabalha com denuncias, após essa denuncias então o Conselho pode se pronunciar e agir. E é isso o que vamos fazer. Nós já designamos a Comissão Ética e Bem Estar Animal para apurar o caso".

Entre os procedimentos do CRMV na solução do caso está a uma visita técnica ao CCZ e a possível instalação de um processo ético disciplinar. "Nós também vamos marcar uma visita técnica com data ainda ser definida para verificarmos a situação em loco. Depois dessa visita será feito um relatório em que verificaremos se há envolvimento de médicos veterinários nessa barbaridade. Caso haja instauraremos um processo ético disciplinar para punirmos com rigor os envolvidos", esclarece Osvaldo Serra.

Os animais que são retirados das ruas pelo CCZ, alguns deles mesmo possuindo coleira com informações sobre os donos ou aparentemente saudáveis, sem exceção, de acordo com a ONG são sacrificados. Em um dos momentos do vídeo é possível notar uma cadela, dentro do canil, amamentado seus filhotes junto a animais doentes.

Os maus-tratos a que esses animais são submetidos, segundo a ONG, passam por falta de água e alimentação. Os animais mortos podem ser encontrados em caixas ou espalhados pelo local. A ONG informa também que a área é completamente insalubre.

"A matança dos animais ocorria nas quartas, quintas e sextas-feiras e nesses dias respectivamente eles eram jogados no Aterro da Ribeira. O número de animais mortos por dia [quarta, quinta e sexta] gira em torno de 20 a 30 cães saudáveis", pontua Diana Rosalina Serra de Almeida. "Toda semana vem um carro cheio de animais mortos", informou um 'trabalhador' do aterro a presidente da ONG Bicho Feliz.

Ao relatório foram anexados fotos de animais mortos em caixas ou abandonados. Da denúncia consta também que a aplicação da injeção letal seria feita de forma irregular, sem aplicação de anestesia nos cães e indo contra o que estabelece os padrões de higiene e segurança para os funcionários.

A ONG denuncia ainda que os animais mortos sejam deixados no Aterro da Ribeira, sem nenhum tipo de preocupação com o risco que essa prática representa para a saúde pública. O promotor do meio ambiente, Fernando Barreto disse que "a promotoria tomou conhecimento do acontecido por meio da imprensa e vai instaurar procedimento investigativo para apurar a prática do crime do artigo 32 da lei 9.605/1998 e também a responsabilidade do município pelas mortes e os tratos a que os animais fora submetidos".

A equipe de O Imparcial tentou contato com a direção do Centro de Controle de Zoonoses, mas até o fechamento desta matéria não foi atendida.

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